sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Take Care, Take Care, Take Care

Criados em 1999, os Explosions in the Sky são um dos nomes mais conhecidos do Post Rock instrumental, contando com uma carreira que incluí seis discos de originais. A mais recente obra do grupo, Take Care, Take Care, Take Care, saiu em Abril deste ano, sucedendo ao bem recebido All of a Sudden I Miss Everyone (2007), e será hoje analisado pelo Música Dot Com.

Confesso que fiquei fã dos Explosions in the Sky desde o momento em que escutei The Earth Is Not a Cold Dead Place (2003), uma autêntica obra-prima com um valor gigantesco para mim. E apesar de considerar que os EitS ainda não conseguiram ombrear com a qualidade desse majestoso disco de 2003, devo admitir que são uma banda que já conseguiu, desde então, criar álbuns muito belos, daí que tenha ficado com uma enorme expectativa por este Take Care, Take Care, Take Care, expectativa essa que felizmente não foi defraudada.

Quem conhece os Explosions in the Sky, sabe o que deve esperar em Take Care, Take Care, Take Care; Post Rock instrumental, com ritmos que vão intercalando entre calmas pacíficas, crescendos galopante e clímaxes poderosos e estonteantes. Nesse aspecto, os EitS seguem os cânones estabelecidos desde o primeiro disco da banda, How Strange, Innocence (2000).

No entanto, há diferenças entre este LP e o seu antecessor, All of a Sudden I Miss Everyone, que a meu ver elevam a fasquia de qualidade do grupo em comparação com o disco de 2007. A começar, a banda soa mais coesa, com os instrumentos a soarem ainda melhor. Depois, as canções estão ainda mais “urgentes”, conseguindo fazer passar um sentimento de expectativa que me agradou imenso.

Ao nível da produção, entregue a John Congleton, há também um corte com o som mais polido e cuidado de All of a Sudden I Miss Everyone. Em Take Care, Take Care, Take Care, as guitarras estão mais abrasivas e directas, a bateria mais agressiva, e o som do grupo é mais avassalador. Consigo dizer que, apesar de estar a anos-luz de The Earth Is Not a Cold Dead Place, este sexto álbum do grupo é dos melhores que os Explosions in the Sky já assinaram.

Contudo, este LP não está, a meu ver, perfeito. O principal defeito é, para mim, a falta de consistência que está presente em duas extensas canções do disco, Human Qualities e Be Comfortable, Creature, que para mim “morrem” a meio e falham em cativar-me totalmente. Apesar desta falha não fazer deste um mau álbum, a verdade é que tira-lhe o brilho, e impede-o de se afirmar como potencial “disco do ano”.

Das seis canções que compõem este disco, as de que gostei mais foram a hipnótica Let Me Back In, a dinâmica Last Known Surroundings, ou a minha preferida, a apressada e viciante Trembling Hands. As de que menos gostei, como já referi, são Human Qualities e Be Comfortable, Creature, que não sendo más faixas, não estão a meu ver ao nível das restantes peças.

Em suma, Take Care, Take Care, Take Care é um belíssimo disco, carregado de “mini-sinfonias” Post Rock, com a qualidade que só os Explosions in the Sky conseguem imprimir num LP. Apesar de não ser perfeito, este sexto registo do grupo é um claro avanço em relação ao seu antecessor, e deixou-me a pedir por mais deste quarteto norte-americano. Esperemos pelo próximo álbum.

Nota Final: 8,6/10

João Morais 

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