quarta-feira, 25 de abril de 2012

Young & Old

Formados em 2010 por Alaina Moore (voz/teclados), o seu marido Patrick Riley (guitarra) e o “pau-de-cabeleira” James Barone (bateria), os Tennis são um trio de Indie Pop norte-americano que atraiu considerável atenção no início de 2011 com o seu primeiro LP, Cape Dory. O seu segundo disco de originais, Young & Old, surgiu mais ou menos um ano depois, a 14 de Fevereiro, e é dele que vamos falar hoje.

Faço aqui um mea culpa no que toca ao “desprezo” a que releguei o primeiro álbum dos Tennis, Cape Dory, mas acreditem, foi por um bom motivo que o fiz; “esquecível”, “descartável” ou “vulgar” são apenas alguns dos adjectivos que eu poderia usar para descrever a (mediana) estreia em longa-duração deste trio oriundo do estado do Colorado.

Porém, a verdade é que o hype não abandonou os Tennis, tendo até se intensificado com o lançamento do segundo LP, pelo que tive de me resignar e parar de “evitar” esta banda e ouvir o disco. Contudo, não posso dizer que tenha ficado muito feliz com o resultado; em Young & Old os Tennis trazem-nos mais do mesmo, e convenhamos que isso não é nada de espectacular.

Mantendo a mistura de vocais adocicados e reverberados de Moore com as guitarras frescas e upbeat de Riley e a bateria simples e básica de Barone que tanto furor fez em Cape Dory, Young & Old consegue preservar a sonoridade veraneante, juvenil e alegre do primeiro disco, mostrando um sentido de continuidade. Contudo, a adição de uma miríade de sintetizadores e teclados vem adicionar uma nova textura ao som dos Tennis, numa tentativa de, quiçá, quebrar o molde deixado em Cape Dory. Na produção, nas mãos de Patrick Carney (baterista dos The Black Keys) também notamos uma certa melhoria em relação ao primeiro disco, com a estética a tornar-se mais profunda e densa.

Porém, a lista de defeitos de Young & Old é tão extensa que faz com que este disco não vá, na minha opinião, muito além daquilo que os Tennis fizeram no seu antecessor. A começar, a homogeneidade extrema, praga recorrente do primeiro LP, volta aqui a atacar em força, fazendo com que quase todas as canções se parecessem cópias umas das outras (com essas “cópias” a soarem-me demasiado inspiradas na estrutura e estilo de Be My Baby). Para essa homogeneidade contribuem também os “recém-chegados” sintetizadores, que apesar de parecerem ao início uma lufada de ar fresco, acabam por imprimir em todas as canções a mesma marca, como se Moore tivesse acabado de aprender a tocar teclados e quisesse mostrar ao mundo os seus progressos.

Outro problema que afecta, a meu ver, este Young & Old é a vulgaridade do som dos Tennis, algo que se mantém desde o primeiro disco. Não sou, de maneira nenhuma, um paladino extremista da criatividade permanente, mas a verdade é que este LP apresentou-me um Indie Pop que se tornou demasiado recorrente e batido para eu conseguir retirar dele uma experiência muito positiva. Na verdade, tal como aconteceu com Cape Doris, em Young & Old pareceu-me que os Tennis se limitaram a repetir velhas fórmulas e clichés, sem mostrar nenhum laivo de identidade própria notável. Todas estas falhas, aliadas a uma inconsistência que faz com que o álbum pareça uma autêntica montanha-russa, ajudam a que Young & Old não me tenha apelado muito.

Na hora de escolher as melhores faixas, a açucarada e terna It All Feels the Same, a groovy e quente Origins, a “summer-y” e sumarenta Traveling, a contagiante e dançável Robin ou a cavalgante e fervilhante High Road revelam-se como temas Pop encantadores capazes de conquistar corações. Contudo, no outro prato da balança, peças como My Better Self, Petition, Dreaming ou Take Me to Heaven mostram o lado menos talentoso dos Tennis, e puxam Young & Old para uma mediocridade extrema.

Sumarizando, Young & Old revela-se como um álbum extremamente mediano, que acaba por se ver dependente de clichés e tiques Indie Pop vulgares e derivativos. Mostrando pouquíssima evolução em relação ao que demonstraram há um ano atrás, com Cape Dory, os Tennis conseguem, ainda assim, demonstrar jeito para as canções catchy e divertidas. Porém, a constante repetição e a monotonia que daí deriva fazem com que Young & Old não seja, para mim, mais do que um disco no meio-termo entre o bom e o mau. Enfim, fica para a próxima.

Nota Final: 5,0/10

João Morais

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